Chega de desenganos, estou farta, fartinha de histórias, das cantigas dos bandidos, que me cantas todos os dias. Chega de histórias, chega de jogos, chega de ilusões.
Estou cansada dos trambolhões, que a minha cabeça é tão fã, que se põe a dar, sempre às cambalhotas com ilusões de ser ginasta à escala olímpica. Mas no fim só ficam as nódoas negras, os pulsos torcidos, que me deixam o cérebro dorido sem se conseguir mexer. Pensa que cai em colchões suaves e fofinhos, mas não é bem assim. São antes quedas duras e trapalhonas de quem se pôs no trampolim a medo e que depois acha que é capaz de tudo, de dar saltos mortais, duplos, triplos, em pranchados mas só ficam os choros cansados e magoados de um cérebro que quis demais e caiu estatelado no chão.
Agora, pois é, pois não, só há uma coisa a fazer… levantar-te a custo, meu amigo, pedir desculpa a ti próprio por não seres capaz, desculpa a ti próprio pela vergonha da queda e levantar.
Não pensar no ridículo que foi chegar aos olímpicos, muito cheio de si, apenas para perceber que à escala mundial ficas-te muito à quem, o teu campeonato devia ser outro talvez.
Vamos começar de novo não? Vamos lá mais uma vez cérebro, começa devagar, não te maces muito ao começo. Deixa as peças começarem a engrenar. Talvez um pouco de óleo, para olear, para que tudo funcione sem emperrar sem chiar. Não queremos pensamentos emperrados, ou queremos? Também acho que não. Não são coisas lá muito bonitas de se ver, são um pouco inadequadas e deixam um travo de tristeza. Vamos anda lá, não foi uma queda assim tão grande, não foi uma queda de trampolim que te acabou, fez mossa mas não te matou.
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