terça-feira, 20 de outubro de 2009

Potencial e espectativas
Estou farta de potencial por cumprir
esse que até ser alguma coisa não passa de desperdicio
Desperdicio de alma e de ser

Espectativas que não quero ter
espectativas servem ao desejo
e eu que não quero espectativas
porque não quero desejar
Deves deves... ham ham...
prometes mundo e fundos
mas tudo é futil e vão
usas e abusas da emoção
para controlar os outros
do modo que queres
Prometes momentos profundos
mas é tudo ilusório e irreal.

Sem amor

Sem amor, és um sem amor
não sentes nada
És pedra, gelo, frequência apática

moves-te como um fantasma
por terras de amor
vês, comunicas e crias amigos,
tens noites de paixão
cheias de tesão, mas
sem sentimento, sem
entendimento maior

As coisas fazem só pequeninas mossas
nessa armadura tão grande
o que faz mossa o que magoa
na realidade é essa mesma
armadura pesada de ferro
que marca, que fere o seu portador,
mas que sente pânico
se estiver sem ela,
sente medo só de imaginar

sábado, 10 de outubro de 2009

Tentas, tentas muito atenuar
beber as ansias de um trago só
num copo de bebida
refrescar a alma com o sabor
da cerveja
aquecer o animo com um de aguardente
para tornar quente,
ardente a vida
obrigar a sentir calor
humano

Sugar os medos pela narina acima
e expira-los pela auto confiaça
pela segurança
pela euforia temporária

Procuras amor e sentimento
algma coisa para dar alento
em noites e manhãs de desejo
que acabam depressa demais
são só uns segundos
e são demasido frugais

e tudo foi embora
os castelos construidos de cartas
desmoronam-se.
São belos pela fragilidade,
pelo encanto da impossibilidade

São mágicos por momentos
mas não são reais e trazem consigo
a eminencia da queda.

Complicadisse

Andamos a sofrer um surto de complicadisse. Alguns têm medo das pandemias, mas parece-me que anda por ai , que embora não passe despercebida tem sido politicamente correctamente ignorada pela massa social.
A complicadisse...
Cada vez mais encontro pessoas que fogem só de ouvir a palavra complicado. Têm medo de um qualquer contágio (ainda não está defenido quais as suas vias) que está por ai indefenido e as pode apanhar. E as pessoas estão com medo.
Ainda não encontraram meios também de assinalar quem foi ou não contagiado. Só oiço que " estou farta de gajos complicados, estou farto de gajas complicadas" Não estou aqui a julgar pois também me parece que faço parte dos que têm medo e dos que foram infectados pela complicadisse. Parece que nos estamos a esquecer de uma coisa importantíssima - somos todos pessoas, gajos ou gajas - somos todos complicadinhos.
Como obrigar a minha cabeça a pensar só o que eu quero? Como posso, quando passo a vida a ter lapsos, em que troco nomes e sensações ficando baralhada e confusa. Porque a cabeça tráz-me vividas memórias e sensações passadas, misturadas numa mescla estranha que me sebressalta o coração e me eleva os niveis de ansiedade.