sábado, 16 de outubro de 2010

Tantas vezes quero gritar que te odeio!! Que te quero fora da minha vida. Já to disse mas não funcionou. Continuas cá feito lapa presa, agarrada, incutida dentro de mim. Estás encastrado no meu ser e por mais que tente arrancar-te mantens-te aqui, sempre. às vezes sinto-te como uma moinha, latente levemente, algures debaixo da pele em dor difusa. Outras vezes apareces de rompante, trovejante, deixas-me com dores agudas, como facadas cravejadas na minha respiração.
E sinto-me sempre e cada vez mais impotente. E com o tempo que passa mais dificil é libertar-me de ti, da bengala que és que me sustenta mas ao mesmo tempo me impede de andar.
E vais-me carcomendo, vais corroendo dentro de mim a minha capacidade de amar alguém porque desde que te acomodaste dentro de mim que ocupaste tanto espaço que não sobra quase nenhum pra mais ninguém. Esse pequeno espaço livre vai-se enchendo com os despojos dos dias, com o entulho das relações efemeras que vou vivendo, com o pó do tempo e com o peso da magoa e da descreça.

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